Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
1 Coríntios 15:19

Quando o apóstolo Paulo escreveu este trecho de sua primeira carta à igreja de Corinto, ele sabia o que estava dizendo. Falava com propriedade. Tinha a certeza de que o Cristo do qual tanto pregava era a razão de sua vida. E sabia que este Cristo tem muito mais que bens materiais, riquezas e poder para entregar aos seus filhos. Ele tem vida. E vida com abundância. Por mais que ele passasse tantas privações, sendo perseguido, caluniado e martirizado pela sua fé, ele mantinha a fé. Mas qual a razão de uma fé tão firme? Como chegar a este nível na caminhada com o Senhor?

Vivemos em um tempo em que muitos estão embaraçados com as coisas deste tempo. Focam sua fé somente naquilo que é fugaz, palpável, passageiro, se esquecendo que o reino de Deus não é deste mundo. Mas se olharmos com os olhos espirituais abertos vamos perceber que os milagres que Jesus proporcionava iam muito além de curas ou libertações físicas.

No episódio da cura da filha de Jairo, assim que chegou na casa do homem viu pessoas chorando de forma escandalosa e percebeu que se tratavam de pranteadores (pessoas que eram contratadas para chorar nos velórios) Sendo assim, tratou de dizer: “Porque vocês estão chorando tanto? A menina não morreu, só está dormindo. Na mesma hora o “choro” se converteu em riso. Pois aquelas pessoas não estavam tristes pelo acontecimento, só estavam ali pelo dinheiro que receberiam após o enterro. Então Jesus mandou que todas aquelas pessoas saíssem para que só vissem o milagre aqueles que realmente crêem no seu poder. Bartimeu, o cego, clamou mais alto que o preconceito da multidão, e quando o Mestre o chamou para receber a sua cura, abandonou a capa que estava usando, que era um “crachá” da mendicância, da vergonha, do opróbio.

O paralítico de betesda levou a cama nas costas para sempre se lembrar dos trinta e oito anos que ficou esperando alguém para lhe atirar no tanque, e que se não fosse Jesus, ele morreria sem andar. A mulher do fluxo de sangue não só teve a sua hemorragia estancada, como pode voltar à viver em sociedade após doze anos sem se quer ver a sua família e amigos. O maior milagre que o leproso estrangeiro recebeu de Jesus foi a ter uma semente de gratidão plantada pelo mestre em seu coração que gerou frutos. Foi o único de dez a ter voltado para agradecer.

A cura que Jesus nos quer proporcionar é muito maior do que pensamos. O milagre físico é só um detalhe. Se esperamos que Jesus seja só um amuleto que nos traz sorte como um trevo de quatro folhas, uma ferradura de cavalo ou um talismã que usamos só na hora do apuro, vamos nos decepcionar. Mas quando olhamos pra Ele como o Jeová Rafá, o Deus que nos sara (por inteiro – corpo, alma e espírito), vamos viver a plenitude do que Ele tem pra nós!

Pb. Jeann Carlos da Silva

Pastor da AD Nobre

03/12/2018